terça-feira, 21 de outubro de 2008

Amadeus

Finalmente pude assistir Amadeus! Foi minha primeira aquisição da cinemateca veja, mas devido alguns problemas técnicos só pude assistir agora e é maravilhoso!
Mesmo para aqueles que não são amantes de musica erudita, como eu, é impossível não ficar morrendo de vontade de baixar a trilha sonora, mas isso é só o começo. A historia em si é ótima, tanto que você nem percebe que fica mais de duas horas e meia assistindo, e o Mozart (Tom Hulce) é magnífico. Se realmente ele era assim não sei, mas com certeza o personagem é daqueles que agente se apaixona, com suas qualidades e defeitos.
O Mozart, ou Wolfie como é chamado mais freqüentemente no filme, é um bagaceiro! Adora falar bobagem e tem uma gargalhada que parece uma gazela e que definitivamente não controla (e nem quer). Mesmo ele sendo nada humilde é impossível não gostar dele, alias é engraçado ver como ninguém considerava ele realmente um gênio, a não ser o Salieri e ele mesmo!
Vale muito à pena assistir e com sorte você ainda encontra na banca pra comprar. Agora estou aqui esperando ansiosamente o download da trilha sonora terminar hahahaha
Ah! Só mais uma coisa, a história entre ele e Salieri não era realmente assim, parece que não existia toda aquela rivalidade e que o próprio Mozart poderia ser o invejoso, mas quem se importa?!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Perto do coração selvagem - Clarice Lispector

Vim aqui dar mais um suspiro para o blog (eu não disse o ultimo!) para falar desse livro que li fazem algumas semanas já.
Finalmente li um livro da Clarice, tinha muita curiosidade, mas sempre deixava para depois, e gostei. Não foi aquela paixão avassaladora, mas com certeza vale à pena ler e vou ler mais livros dela, não quis ler assim um depois do outro, porque realmente acredito que pode não fazer bem hahahaha.
Digo que pode não fazer bem, pois pode ser um tanto depressivo. É extremamente introspectivo e meche com agente mesmo. Em muitos momentos você se identifica com aquilo, o que acaba muitas vezes incomodando, enquanto em outras faz você dar aquele sorrisinho.
Para dar um gostinho e quem sabe um empurrãozinho em algum leitor, um trecho do livro:

“Eu seio que quero: uma mulher feia e limpa, com seios grandes, que me diga: que história é essa de inventar coisas? Nada de dramas, venha cá imediatamente! – E me dê um banho morno, me vista uma camisola branca de linho, trance meus cabelos e me meta na cama, bem zangada, dizendo: o que então? Fica ai solta, comendo fora de hora, capaz de pegar uma doença, deixe de inventar tragédias, pensa que é grande coisa na vida, tome essa xícara de caldo quente. Me levanta a cabeça com a mão, me cobre com um lençol grande, afasta alguns fios de cabelo da minha testa já branca e fresca, e me diz antes de eu adormecer mornamente: vai ver como em pouco tempo engorda esse rosto, esquece as maluquices e fica boa menina. Alguém que me recolha como a um cão humilde, que me abra a porta, me escove, me alimente, me queira severamente como a um cão, só isso eu quero, como a um cão, a um filho.”
(Perto do Coração Selvagem, Clarice Lispector, Pag. 166)
Alguém se habilita?